O QUE TE MOTIVA?
- Claudia Avelar
- 4 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

A pergunta pode parecer estranha, apesar de ser uma questão subjetiva. Não é uma resposta padrão.
Trabalhando em algumas empresas, realizando escuta para diagnóstico de saúde mental corporativa, tenho me deparado com aspectos diferenciados no mundo do trabalho, no decorrer de poucas décadas.
Temos números significativos atuais em relação à questão da saúde mental e do bem-estar pouco estimulado nos ambientes corporativos: aumento de quadros de depressão, afastamento do trabalho por adoecimento físico e mental, perda de bons talentos que se vão em busca de melhor qualidade para os seus dias, gestões de difícil relacionamento, comunicação inadequada, ambientes hostis e violentos, desinteresse.
O que mais me chama atenção é a desmotivação.
O que tem causado tanta desmotivação em relação ao trabalho?
Sabemos que a ajuda financeira favorece, mas não é o motivo principal relatado pela maioria das pessoas em relação ao desinteresse pelo trabalho.
Em outros momentos, épocas distintas, a motivação pelo trabalho estava relacionada a uma opção de vida, de escolha, de transformações não só pessoais, como sociais, culturais, existia uma razão, relacionada a própria vida. As pessoas não eram separadas, do que representavam e o que faziam, ou seja, o lado pessoal não era dissociado do profissional.
Ouvi recentemente na palestra de Osmi Gomes, Engenheiro Elétrico, Coach de liderança e Produtividade, Mestrando em Consultoria e Desenvolvimento organizacional. Palestra realizada na PUC -MG, para os membros do Grupo ASSERT. Ele usou o termo: Propósito.
Para mim fez todo o sentido. Na verdade, a questão é: Sua motivação tem um propósito?
Vejo um desinteresse perigoso, em algumas equipes corporativas e institucionais.
Um descaso com os sonhos, com a realidade das mudanças, com a própria vida.
Pouca opinião, descuido relacionado ao que se faz, ao que se pretende, às vezes a se qualificar, encontrar seu papel no enredo.
Não é uma questão moral, muito menos disciplinar. Como disse o Professor Osmi Gomes, é uma questão de propósito.
Não é por acaso que as manhãs de segunda-feira são mais difíceis e as pessoas relatam desânimo, tristeza, para encarar o “batente” da semana. Talvez falte sentido para estar ali.
Nestes casos costumo orientar as pessoas a iniciarem um processo de autoconhecimento, iniciar uma psicoterapia, uma análise, algo que traga a tona a subjetividade, que está trancada dentro dos protocolos das rotinas. Só assim o verdadeiro propósito poderá ser visto e uma guinada pode acontecer, transformando o desinteresse, em criatividade, naquilo que passe a fazer parte de verdade de suas vidas.
Cláudia Avelar
Consultoria em Saúde Mental Corporativa
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